CAMPEÃO DO SÉCULO XX

CAMPEÃO DO SÉCULO XX

domingo, 3 de julho de 2011

Esclarecendo dúvidas - As fundações de Palmeiras e Corinthians

Esclarecendo dúvidas - As fundações de Palmeiras e Corinthians

Fonte:Blog Doutores do Futebol - Nossa Doença:o futebol

Boa tarde pessoal, como os 2 times fizeram aniversário recentemente (Palmeiras 26/08 e Corinthians 01/09) foi levantada uma questão que sempre nessas datas é levantada e muitos entendem de forma errada e sem base alguma.
A fundação dos dois clubes será detalhada à seguir para que fique claro para ambos os torcedores já que muitos Corinthianos acreditam que o Palestra Itália foi fundado por pessoas ligadas ao Corinthians que sairam da administração do Corinthians para fundar outro clube...
Vamos aos FATOS:


O texto abaixo é longo, mas deve ser lido na sua íntegra, para que saibam sobre a origem do Palestra Itália.
O nosso amigo Jota Roberto Christianini - Diretor do Departamento de Acervo Histórico e Memórias da S.E. Palmeiras e conselheiro do clube, enviou o material abaixo, de autoria do amigo e historiador Luciano Pasqualini - da Academia da História Palestra-Itália. Essa é a verdadeira história da criação do Palestra Itália/Socuedade Esportiva Palmeiras e deve ser difundida junto à coletividade palestrina-palmeirense, via orkut, blogs, twitter e outros canais importantes:
A Fundação do Palestra Itália
POR LUCIANO PASQUALINI
ACADEMIA DA HISTÓRIA PALESTRA-PALMEIRAS
Este documento foi elaborado originalmente em fevereiro de 2006, fruto do trabalho de pesquisas às diversas fontes históricas existentes, incluindo livros, revistas, jornais e publicações especiais, bem como entrevistas realizadas pela Academia com personagens vivos da história, incluindo descendentes diretos dos fundadores do Palestra Itália.
O objetivo deste estudo foi o de pesquisar qualquer vinculo existente entre as fundações do Palestra Itália e do Sport Club Corinthians Paulista, citado eventualmente por algumas fontes, mas sempre desvinculados de qualquer fundamentação histórica, ora tratado como lenda, ora tratado como fato.
Todos os grandes trabalhos de registro histórico publicados sobre os dois clubes foram consultados, incluindo diversos livros antigos fora de circulação, e publicações especializadas. Atas iniciais do Palestra Itália também foram objeto de pesquisa.
O resultado deste trabalho é apresentado de forma resumida nas páginas a seguir, registrando apenas os fatos objetivos e fundamentados encontrados nas pesquisas, incluindo a relação de fundadores do Corinthians, cujos nomes foram cruzados com uma lista de 429 nomes de fundadores, conselheiros e sócios dos 6 primeiros anos do Palestra Itália, sem que fosse encontrado qualquer nome em comum.
O que temos aqui é um retrato verdadeiro aos fatos históricos, que fica à disposição de qualquer registro novo, que possa ser trazido à luz por algum historiador dos dois clubes, mas que diante do esgotamento das fontes de pesquisa se torna a versão real da fundação do Palestra Itália, difundida pela Academia de História do Palestra-Palmeiras.
Obrigado.
---
Corinthians – Fundação e Origens
Fundação: 01/09/1910
Origens: Em 1910, operários do bairro de Bom Retiro, praticavam o futebol em clubes da várzea local. Uma destas equipes, o Botafogo, acabou sendo extinto por determinação policial, motivada pelas constantes brigas em que se envolvia.
Entre os ex-jogadores do Botafogo, encontravam-se os jovens que se tornariam fundadores do Corinthians. Joaquim Ambrósio, Antônio Pereira, Rafael Perrone, Anselmo Correia e Carlos Silva, que no dia 01/09/1910 esperavam o bonde para voltar para casa, na antiga rua dos Imigrantes (atual rua José Paulino, no centro de São Paulo), quando, sob a luz de um poste de iluminação a gás, tomaram a decisão de fundar o novo clube.
Após reuniões realizadas no salão do barbeiro Miguel Bataglia [futuro presidente do Corinthians], Joaquim Ambrósio sugeriu o nome de Corinthians, inspirado na excursão semanas antes do Corinthian Casuals da Inglaterra, com ótima performance em campos paulistanos. Outras sugestões de nome, como Santos Dumont e Carlos Gomes, participaram da votação que definiu Corinthians como o nome oficial.
Os destaques que marcam a fundação do Corinthians são:
a) O objetivo inicial era a criação de uma nova equipe de futebol, para continuar atuando na várzea paulistana [até porque era sabido por todos que a Liga da elite tinha enorme preconceito de equipes populares da várzea].
b) A característica comum que reuniu os fundadores e atraiu os primeiros simpatizantes, era serem operários da região do Bom Retiro, notadamente da “São Paulo Railway”. A origem étnica não era o referencial, mas sim a classe social [trabalhadores] e a região de origem [Bom Retiro], havendo espanhóis, portugueses, italianos e até mesmo ingleses entre os fundadores e pioneiros, entre eles:
§ Ambrósio, Joaquim
§ Bataglia, Miguel
§ Bataglia, Salvador
§ Campbell, Jorge
§ Correia, Anselmo
§ Desiderio, Afonso
§ Lopomo, Salvador
§ Lotito, Emilio
§ Magnani, Alexandre
§ Nunes, Antonio Alves
§ Pereira, Antônio
§ Perrone, Rafael
§ Silva, Carlos
§ Silva, João da
§ Teixeira, Alfredo
§ Valente, Felipe

Palestra Itália – Fundação e Origens
Fundação: 26/08/1914
Origens: Em 1914 já havia vários clubes italianos na cidade, que tinha 25% da população vinculada à colônia, mas eram todos varzeanos, clubes de operários que praticavam o futebol pelos campos disponíveis da cidade. Nas ligas da elite paulistana desfilavam apenas equipes representantes dos ingleses [como o Mackenzie], escoceses [Scottish Wanderers], alemães [Germânia] e da burguesia da cidade [como Paulistano e São Bento].
Neste ano, a primeira visita de equipes italianas ao Brasil, [simultaneamente a Pró-Vercelli e o Torino], mobilizaram a colônia, que se encheu de orgulho ao ver os campeões italianos enfrentarem imponentemente as equipes da elite paulista.
É neste contexto que uma fagulha fomentou a criação de uma equipe que pudesse representar toda a colônia na cidade de São Paulo, um clube que reunisse os vários atletas de origem italiana, espalhados por clubes da cidade, montando uma equipe competitiva capaz de brigar por títulos contra as grandes equipes da elite.
Luigi Cervo, jovem funcionário administrativo das Indústrias Matarazzo [subordinado do Cav. Ernesto Giuliano, pai do Paschoal Giuliano], jogava futebol pelo S.C.Internacional da capital, e foi o principal idealizador. Após reunir vários amigos em torno da idéia, convenceu outro jovem, Vicente Ragognetti, jornalista, poeta e escritor, a se envolver. Anos depois Ragognetti forneceu um depoimento que retrata este momento da gênese palestrina:
"...mandei uma cartinha ao Fanfulla atacando, sempre tive e tenho a mania de atacar alguém, a colônia italiana de S.Paulo então numerosa e barulhenta, pela sua negligencia em não fundar um time de futebol... no dia seguinte o Luigi Cervo, empregado de categoria das Industrias Matarazzo respondia aceitando a proposta. Liderando um grupo de seus colegas de trabalho, e convocava uma reunião para a fundação..."
Em outro depoimento, desta vez de Luigi Cervo para Walter Pellegrini, então historiador oficial do clube, a história continua:
"...Eu e meus colegas funcionários da Casa Matarazzo fazíamos parte da Sociedade Recreativa e Dramática Bela Estrela, onde reuníamos as nossas famílias para eventos lítero-musicais e também para as danças que, naquela época, eram consideradas como novo gênero de esporte. No entanto, as visitas à nossa capital das equipes de futebol da Pro-Vercelli e Torino, que aqui realizaram onze partidas, repercutiam em todas as classes, provocando, como era natural, o sentimento patriótico da colônia com momentos de empolgação e de entusiasmo transbordante."
A seguir, a transcrição das duas publicações históricas feitas no jornal Fanfulla, representativo da colônia italiana:
14/08/1914 - Carta de Vicente Ragognetti publicada no Fanfulla
“Pela formação de um quadro italiano de futebol em São Paulo.
São Paulo, 13 de Agosto de 1914
Egrégio Sr. Diretor do “Fanfulla”
Uma palavra apenas e, para esta, um cantinho no vosso jornal.
Eis do que se trata:
Alguns conhecidos futebolistas italianos, mas associados a clubes brasileiros, encarregaram-me de escrever-vos acerca de um projeto por eles comentando entre dois goles de café, fazendo-me então compreender a esperança de que tal projeto o vosso jornal se torne portador e propagandista.
Nós temos em São Paulo (afirmam os referidos esportistas) o clube dos alemães, dos ingleses, dos portugueses, dos internacionais, e mesmo dos católicos e dos protestantes. Mas, para um clube que seja exclusivamente de “sportman” italiano, e sendo nossa Colônia a maior do estado, nada se tentou ainda realizar. Futebolistas italianos que jogam bem encontram-se em São Paulo. Por que, de comum acordo, não reunimos os referidos senhores e, assim como temos associações de remo, filodramáticas, mundanas, patrióticas, etc., de estrutura italiana e fundemos um clube de futebol ?
Aí fica a proposta dos futebolistas italianos e com V.S., Sr Diretor, o comentário
(a) Vicente Ragognetti”
19/08/1914 - Anúncio publicado no Fanfulla por Luigi Cervo e amigos
Fanfulla de 19/08/1914, página 5, Seção “Gli Sports”
“Palestra Itália. Foi organizada uma diretoria provisória para a formação de uma sociedade que está denominada Palestra Itália. A Sociedade compreenderá, também, a seção filodramática e dançante, além de uma seção esportiva, objetivando a organização de um time puramente italiano, para jogos de foot-ball. Os aderentes, que até o momento se compõem de estudantes e empregados no comércio, reunir-se-ão hoje às 20 horas, no Salão Alhambra, sito à Rua Marechal Deodoro nº 2, com o fim de eleger a diretoria provisória e para completa formação da Sociedade.”
"Todos os quais desejarem participar da criação de um clube italiano de calcio (futebol) devem comparecer às 20h00 no número 2 da Rua Marechal Deodoro, Salão Alhambra, para a reunião de fundação do Palestra Itália".
A primeira reunião, na quarta-feira 19/08/1914 contou com 37 presenças, e ficou marcada por muita discussão em torno do objetivo primordial do novo clube. Parte dos que estavam presentes queria um clube voltado a atividades artísticas e literárias, enquanto que a maioria queria um clube focado no futebol. Assim, Luigi Cervo e os amigos marcaram nova reunião para a quarta-feira da semana seguinte, 26/08/1914, que acabou ficando formalizada como a data de fundação do clube.
Entre os 46 presentes, fundadores do Palestra Itália, absolutamente nenhum fazia parte ou foi membro do clube Corinthians. Eram em sua grande maioria moradores do Brás e funcionários das Indústiras Matarazzo, entre eles:
§ Cervo, Luigi [eleito Secretário-Geral]
§ Marzo, Luigi Emmanuelle [eleito Vice-Presidente]
§ Ragognetti, Vicente [eleito Diretor Esportivo]
§ Simone, Ezequiel [eleito 1º Presidente]
§ Aulicino, Antonio [eleito vice-secretário]
§ Cileno, Francesco Vicenzo [inspetor de sala]
§ Giangrande, Oreste [eleito revisor de contas]
§ Giannetti, Guido [eleito revisor de contas]
§ Morelli, Francesco [eleito 2º mestre de sala]
§ Nipote, Francisco De Vivo [eleito tesoureiro]
§ Rebucci, Armando [eleito revisor de contas]
§ Silva, Alvaro F. da [eleito 1º mestre de sala]
§ Azevedo, Alfonso de
§ Betti, Delfo
§ Bucciarelli, Amadeo
§ Camargo, Francesco
§ Ciello, Michele A.
§ Del Ciello, Clementino
§ Ferré, Fábio
§ Gallo, Eugenio
§ Gallucci, Antonio
§ Giannetti, Giorgio
§ Giannetti, Giulio
§ Izzo, Adolfo
§ Izzo, Alfredo
§ Izzo, Luigi
§ Lamacchia, Giovanni
§ Lilla, Onofrio
§ Maninni, Battista
§ Médici, Luigi
§ Migliori, Alfredo
§ Mosca, Alfonso
§ Nigro, Giuseppe
§ Pareto, Leonardo
§ Prince, Giuseppe
§ Rizzo, Vicenzo
§ Rosario, Luigi M. F.
§ Romano Filho, Gennaro
§ Romano, Oreste
§ Rossi, Giovanni
§ Russo, Ercole
§ Tavollaro, Michele
§ Vaccari, Aughusto
Numa demonstração clara da diferença da concepção do Palestra Itália desde a sua fundação, em relação aos demais clubes italianos da cidade, e das grandes ambições desde sua origem, é justamente o Baile de apresentação do clube para a sociedade paulistana, realizado em Janeiro de 1915, antes mesmo de sua primeira partida. Um evento luxuosíssimo, no Salão Nobre do Clube Germânia, com decoração especial, coquetel, jantar completo e baile sob o comando de uma grande orquestra. O baile contou ainda com a presença de diversas personalidades paulistanas, todos os expoentes da colônia, com destaque para o Consul Geral, Comendador Pietro Barolli.
Os preparativos, a organização e os convites geraram frutos antes mesmo do Baile, já que uma semana antes, a APSA, liga de elite do futebol paulista, anunciava oficialmente o ingresso do Palestra Itália como filiado da entidade.
Como pode ser visto e afirmado com absoluta clareza, os dois clubes jamais possuíram qualquer vinculo nas origens, muito menos a “versão“ completamente infundada de uma cisão no Corinthians que pudesse ter vinculo com as origens do Palestra Itália. Não há nem mesmo registro de cisão na história do Corinthians, nos idos de 1914.
Qual o motivo então para o surgimento desta versão, além da simples ignorância e desconhecimento da história dos dois clubes ?
A suspeita recai sobre um fato paralelo, que em nada tem a ver com a fundação:
O Corinthians, foi fundado em 1910 e passou a fazer jogos na várzea paulistana. Somente em 1913 conseguiu sua inscrição para a recém-criada LPF, liga paralela que reunia clubes de menor expressão, impedidos de participar da APSA comandada pelo Paulistano.
Em 1914 o Corinthians conquistou o torneio da LPF, e com este cacife procurou a APSA em 1915, obtendo o sinal positivo para sua filiação na liga da elite. Desta forma, formalizou seu desligamento da LPF, abrindo mão do torneio. Para sua surpresa, a APSA aceitou a filiação, mas não inscreveu o Corinthians no torneio de 1915. Não aceitando a situação, pediram o desligamento da APSA e retornaram para a LPF, mas o torneio já havia sido iniciado. Assim o Corinthians ficou fora de qualquer torneio em 1915, liberando seus jogadores. Neco, Casemiro, Gonzales e Bianco disputaram o Paulista daquele ano pelo Mackenzie, Pollice pelo Wanderers, e Bororó, Aparício, Fulvio, Peres e Amilcar, pelo Ypiranga. Simultaneamente os jogadores se reuniam para amistosos com a camisa do Corinthians.
Em paralelo, ocorre que o Palestra Itália passa a atrair jogadores italianos de todas as equipes, obtendo a adesão de vários expoentes, incluindo o goleiro Stillitano e o ponta Dante Vescovini, ambos do poderoso Paulistano, Olivieri que jogava junto com Luigi Cervo no S.C.Internacional, Flosi do Lusitano, Di Lascio, Cestari, Grimaldi e Severini do Campos Elyseos, Bertolini de Jundiaí, Picagli do Ruggerone, e até do Corinthians, alguns jogadores como Fulvio, Police e Amilcar acabam participando do primeiro amistoso.
Quanto a Bianco Spartacco Gambini, muitas vezes citado, na verdade o craque após morar na Argentina, tornando-se inclusive campeão da segunda divisão daquele País em 1912, aos 19 anos de idade, retornou ao Brasil e foi convidado a atuar pelo Corinthians reforçando a equipe em 1914, mas assim que tomou conhecimento da fundação do Palestra Itália, ele e toda a família Gambini se integraram ao novo clube. Seu pai tornou-se um dos primeiros dirigentes do clube, e seu irmão também atuou no segundo quadro. Em 1915 Bianco atuou no campeonato paulista pelo Mackenzie, chegou à seleção da APSA e já em 1916 integrou-se ao Palestra Itália para seu primeiro campeonato oficial, tornando-se um dos maiores ídolos da história do clube, onde permaneceu por longuíssimos 17 anos, conquistando vários torneios.
DEPOIMENTOS
"Eles decidiram fundar o Palestra Italia, pois não havia um grande clube da colônia italiana em São Paulo naquela época. O Palestra nasceu na Matarazzo, fruto de uma iniciativa de parte de seus funcionários. Não tem nada a ver essa história de que o Palestra é dissidência do Corínthians, não sei de onde tiraram isso. Nunca teve nada a ver com o Corínthians. Foi uma iniciativa de papai e seus colegas que tomou corpo e virou realidade. É muito claro isso: o Palestra nasceu na Matarazzo e quando os italianos vieram excursionar em São Paulo [nota: o Torino e a Pró-Vercelli, em 1914] a idéia de fundar o clube finalmente foi posta em prática".
Depoimento dado em 18/07/2009 por Dona Etelvina Cervo, filha do fundador do Palestra Italia, Luigi Cervo
“Definitivamente, de minha parte, não há dúvida: o Palestra não é uma dissidência direta do Corinthians.
Entre seus primeiros participantes havia, sim, gente que em algum momento fez parte do Corinthians, notadamente nosso herói em comum Bianco Spartaco Gambini, campeão paulista de 1914 pelo Corinthians e depois ídolo palestrino durante décadas. Nada mais normal: afinal, antes da fundação de um clube da colônia italiana, quem agregava esses representantes era o próprio Corinthians, de resto um reduto também de espanhóis, portugueses, sírios... Não se trata, porém, de uma dissidência direta, como no caso da criação do departamento de futebol do Flamengo pelos ex-jogadores do Fluminense, por exemplo.
Depoimento dado via email em 17/04/2007 por Celso Unzelte, jornalista e historiador, autor do “Almanaque do Timão” e “Almanaque do Palmeiras”, entre outros.
abs
Jota Roberto

Espero que o texto em questão esclareça possiveis dúvidas que alguns ainda tinham ou porventura venham a ter sobre o assunto.