CAMPEÃO DO SÉCULO XX

CAMPEÃO DO SÉCULO XX

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O SONOTUTTI APOIA A MÍDIA PALESTRINA!

Fonte: Terceira Via Verdão - 3VV (acessem www.terceiraviaverdao.com.br )

Suplicy fala indevidamente em nome de todas as torcidas de São Paulo e cita a do Palmeiras
Causou espanto, e certa revolta, entre os palmeirenses, o discurso proferido pelo Sen. Eduardo Matarazzo Suplicy (PT-SP) na última quarta-feira, dia 4 de agosto de 2010, na tribuna do Senado. No texto publicado no site da casa (veja o link http://www.senado.gov.br/noticias/verNoticia.aspx?codNoticia=103759&codAplicativo=2), o senador assume o papel de porta-voz da tropa de choque que o governo federal acaba de montar com o objetivo político de desestabilizar as candidaturas de José Serra ao Planalto, assim como a de Geraldo Alckmin ao Governo do Estado de São Paulo, aproveitando-se do assunto ainda não resolvido sobre qual será o estádio de São Paulo para a Copa de 2014.
Fazem parte dessa tropa de choque: o próprio senador Suplicy, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP e candidato ao Governo do Estado), o senador Romeu Tuma (PTB-SP), todos da base do governo, juntamente com o ministro das Cidades, Sr. Márcio Fortes, o ministro do Turismo, Sr. Luiz Eduardo Barretto, e o já desgastado ministro dos Esportes, Sr. Orlando Silva, que 3 anos após o país ter sido declarado país-sede da copa de 2014, ainda não conseguiu desenvolver um projeto integrado do país como exige um evento de tal magnitude.
No discurso, bastante confuso e sem qualquer justificativa consistente, o senador volta a defender a candidatura do estádio do Morumbi, de propriedade do São Paulo Futebol Clube (SPFC), já devidamente desqualificado pelo Comitê Organizador Local (COL) e pela FIFA por não ter apresentado as garantias financeiras necessárias correspondentes ao projeto aprovado pela entidade, cujas obras foram orçadas em mais de R$ 630 milhões.
Erra o senador Suplicy ao exigir a intervenção do Governo de São Paulo, leia-se, a utilização de dinheiro público para a adequação do estádio do Morumbi para 2014, quando informa que o governador José Serra, signatário da Matriz de Responsabilidades divulgada em janeiro/2010, teria se comprometido com a reforma do estádio.
Esse documento está disponível no site do Ministério dos Esportes, assim como no site Contas Abertas, e lá está muito claro que a responsabilidade pela execução das obras no estádio e pela obtenção dos recursos necessários era de estrita responsabilidade do SPFC. No mesmo documento, o Governo do Estado e a Prefeitura se responsabilizam, tão somente, pelas obras de mobilidade urbana e outras necessárias à adequação do entorno do estádio para a copa de 2014, assunto sobre o qual discorreremos mais adiante no tópico de título “Sobre as obras de mobilidade urbana e outras necessárias à adequação do entorno do estádio”.
O Governo do Estado, assim como a Prefeitura do Município de São Paulo, sempre deixaram muito claro que não haveria dinheiro público para reformas ou construção de estádios em São Paulo. Porém, o clube de futebol, sem recursos financeiros próprios ou de terceiros dispostos a investir no Morumbi, ao receber o orçamento necessário para a execução do projeto aprovado pela FIFA, ainda tentou uma última cartada junto ao Governo do Estado nas vésperas da data limite para a apresentação das garantias financeiras.
A esse respeito, faz-se necessário comentar que o Comitê Paulista, um reduto de representantes do clube em questão, presidido na época pelo Sr. Caio de Carvalho, é o maior responsável pela situação em que a sede de São Paulo se encontra atualmente. Na onda do clube, adotou uma estratégia leviana, e que posteriormente se mostrou equivocada, de apresentar uma seqüência de projetos distintos (5 versões no total), todos eles não-conformes ao caderno de encargos da FIFA, com o único objetivo de ganhar tempo,
empurrando o problema com a barriga até que nenhuma alternativa pudesse, sequer, ser cogitada. Quebrou a cara e deve satisfação à população do Estado de São Paulo, hoje, sem estádio definido e excluído de material publicitário lançado nesta semana pelo Comitê Organizador Local.
Vale destacar que as ações dessa “tropa de choque” se iniciaram logo após a cerimônia de divulgação do novo estatuto do torcedor em conversa reservada mantida pelo presidente Lula da Silva junto ao presidente do clube de futebol, que expõe toda a sua coletividade ao ridículo por andar perambulando pelas esferas do poder, com o penico na mão, como se alguma esmola fosse devida à entidade que preside.
“...Ora, essa é uma coisa para além dos partidos. Não importa se nós estamos hoje apoiando Aloizio Mercadante e se o Governador Alberto Goldman está apoiando Geraldo Alckmin. Geraldo Alckmin também torce pelo Santos. Nós, torcedores do Santos, eu e Aloizio; Romeu Tuma, pelo Corinthians; torcedores da Portuguesa, do Palmeiras, o que nós queremos é que São Paulo, que tem a maior rede hoteleira, o melhor sistema de transporte e de infraestrutura, possa realizar a Copa do Mundo. O que nós consideramos de bom senso é que, já que está pronto o Morumbi – o maior estádio que existe na nossa cidade –, vamos fazer todo o esforço para efetivar, Senador Romeu Tuma, este objetivo concreto. Inclusive, avisei, há pouco, ao Presidente Juvenal Juvêncio este nosso objetivo e como nós queremos ajudar o São Paulo, com todos os demais times, a realizar o objetivo de, o quanto antes, termos o Morumbi pronto para receber os jogadores de todas as nações do mundo e os povos do mundo que, ao virem a São Paulo, irão fazer com que melhorem significativamente as condições para sempre termos muito mais espetáculos culturais em São Paulo, uma vida muito mais rica para todos nós, paulistas e brasileiros.”
Quanto ao apoio de TODAS AS TORCIDAS a que se refere o senador (conforme extrato de seu discurso acima apresentado), manifestamos o nosso repúdio a tal declaração pois a torcida do Palmeiras jamais apoiou, apóia ou apoiará qualquer iniciativa de qualquer autoridade governamental no sentido de direcionar investimentos públicos em benefício de entidade privada, particularmente do clube de futebol em questão, invertendo prioridades nos investimentos públicos no transporte e no saneamento, e deixando de lado temas muito mais relevantes para a população do Estado e da Capital.
É lamentável que um senador da república se preste a esse desserviço à sociedade paulista e paulistana. A nós, palmeirenses de todo o mundo, e aos demais cidadãos paulistas, nos resta apenas agradecer ao Dr. Ricardo Terra Teixeira, presidente da CBF e do COL, e a Monsieur Jérôme Valcke, secretário-geral da FIFA, pelos relevantes serviços prestados à Cidade e ao Estado de São Paulo ao vetar o estádio do Morumbi para a copa de 2014.
Portanto, senador, é hora de se retratar, na própria tribuna do senado, informando a todos os brasileiros de bem que a torcida do Palmeiras, ao contrário do que o senhor diz, não apóia o Morumbi para a copa de 2014.
Sobre as obras de mobilidade urbana e outras necessárias à adequação do entorno do estádio
Inicialmente, deveria ser perguntado, aos representantes do SPFC, porque submeteram o seu clube do coração ao vexame que todos puderam acompanhar ao longo desses dois anos de tentativas de fazer vingar o seu estádio, de reforma difícil e cara, para a abertura da copa.
A resposta honesta seria que, com a construção de novas arenas na cidade, tais quais a do Palmeiras e a do Corinthians, o obsoleto estádio estaria fadado a receber apenas jogos do próprio time de futebol já que ninguém se interessaria em utilizar o local para outros tipos de eventos como espetáculos, concertos de rock, reuniões religiosas, e outros, em razão de sua localização não privilegiada, do acesso difícil, do local desprovido de estacionamento, do problema da poluição sonora gerada em razão da acústica deficiente, além dos problemas estruturais do próprio estádio, que vieram à tona com as inspeções realizadas pela FIFA, como, por exemplo, o número imenso de pontos cegos existentes.
Desta forma, o clube identificou na copa de 2014, a oportunidade de transformar o seu estádio em arena multiuso e de receber investimentos públicos no entorno que viessem a corrigir ou pelo menos minimizar os problemas crônicos acima mencionados.
Essa é, por exemplo, a explicação para a modificação ocorrida no projeto da Linha 17 - Ouro do Metrô, o tal “monotrilho”, cujo objetivo declarado em documento do Metrô (http://www.metro.sp.gov.br/expansao/linha17/pdf/Audiencia_Publica_Linha17_final_18092009.pdf ) é a integração do Aeroporto de Congonhas ao sistema metroferroviário da metrópole. Para tanto, tal obra tinha como escopo original a ligação das estações Jabaquara e São Judas da Linha 1- Azul ao Aeroporto de Congonhas e a ligação do aeroporto à Estação Campo Belo da Linha 5 – Lilás (posteriormente renomeada para Estação Águas Espraiadas).
Ocorre que, por solicitação do Comitê Paulista para 2014 (informação obtida junto a um representante da Cia. do Metrô de São Paulo), o projeto foi modificado com o objetivo de estender a linha 17 – Ouro até a linha 4 – Amarela, por um trajeto difícil de ser explicado já que, depois de se integrar à linha 9 – Esmeralda da CPTM nas proximidades do Shopping Morumbi, em seu trecho III, a linha segue paralela à linha de trens metropolitanos da CPTM até a altura do Parque Burle Marx onde cruza o Rio Pinheiros e segue em direção a Paraisópolis no eixo da Avenida Perimetral (em obras) e, depois, passa por ruas estreitas até tangenciar o estádio do Morumbi onde, sem nenhuma justificativa econômico-financeira, seria construído um estacionamento, em praça pública, devidamente integrado à estação denominada Estádio e ao próprio equipamento esportivo do SPFC, e, depois, seguiria pelo eixo da Avenida João Jorge Saad até terminar na Av. Francisco Morato, na estação São Paulo – Morumbi da Linha 4 - Amarela, a primeira estação após a estação terminal de Vila Sônia, onde se prevê a integração com uma das linhas prioritárias de monotrilho da SPTrans que, segundo plano dessa empresa pública, futuramente deverão atender às demandas de ransporte público da zona sudoeste da capital.
Estudos de demanda baseados em dados obtidos da pesquisa origem/destino realizada em dezembro/2007 (Pesquisa O/D 2007), devidamente simulados no software EMME, o mesmo utilizado pelo Metrô e pela CPTM para essa finalidade, claramente demonstram que a solução de transporte público para a região passa longe da construção de um monotrilho a um custo de mais de R$ 1,3 bilhão apenas para o trecho III da Linha 17 (o que liga a Estação Morumbi – CPTM da Linha 9 – Esmeralda à Estação São Paulo-Morumbi da Linha 4 – Amarela). A obra completa custará aos cofres públicos mais de R$ 3,3 bilhões.
Laudos técnicos determinam que, para a demanda calculada, um simples corredor de ônibus segregado, com semáforos controlados pelos próprios ônibus, ligando o terminal João Dias à Avenida Francisco Morato, através das avenidas Perimetral (em construção) e João Jorge Saad, já seria suficiente para o atendimento de tal demanda por um custo infinitamente inferior ao estimado para o monotrilho. O problema é que essa solução não prevê o tão almejado estacionamento em praça pública, na frente do estádio, para servir aos interesses econômico-financeiros do clube de futebol.
Convenhamos que o SPFC seria o grande beneficiário dessas obras, afinal, parte dos problemas crônicos que prejudicam o seu estádio e, conseqüentemente, as suas receitas de arrecadação, tanto com o uso do estádio, quanto com relação ao empreendimento denominado Morumbi Concept Hall, estariam resolvidos.
A grande resistência vem de duas frentes distintas: a dos técnicos do Metrô e a dos moradores da região do estádio, que é zona estritamente residencial, e que não querem ver um minhocão com trem passando de dia e de noite na frente de suas residências. Os próprios técnicos do Metrô questionam a inversão de prioridades nos investimentos da companhia, que é pública, e que está subordinada à Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos, hoje capitaneada pelo Sr. José Luis Portella, um palmeirense dissidente, e cujo secretário adjunto, o sãopaulino Sr. João Paulo de Jesus Lopes, acumula o cargo de assessor especial da presidência do SPFC.
Triste coincidência? Claro que não. Os órgãos públicos estão impregnados de representantes do clube em questão, e todos trabalham com muito afinco no sentido de defender os seus interesses.
Portanto, agora é a hora dos cidadãos se manifestarem contrários ao escárnio que se pretende realizar, com dinheiro público, em benefício de um clube de futebol como compensação por terem sido desqualificados pelo COL/FIFA como estádio de São Paulo para 2014.
Vamos ver , também, quais serão os políticos que apoiarão a farra que se pretende com o dinheiro público para uma obra que está longe de ser uma prioridade para a população da metrópole.
Assinado:
Mídia Palestrina

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