CAMPEÃO DO SÉCULO XX

CAMPEÃO DO SÉCULO XX

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

De onde vem minha paixão pelo Palmeiras?

Amigos,

De onde vem minha paixão pelo Palmeiras?
Minha primeira memória futebolística me leva a imagem de meu pai,velho e saudoso "Palestrino" escutando jogos do Palmeiras aos domingos pelo rádio relógio a beira da cama, e esta imagem tem som, Fiori Giglioti,futebol é na Bandeirantes...ô tempo bom,embalava minha formação alvi verde.Pouco mais tarde, lá pelo ano de 1978 lembro de meu irmão assistindo ao jogo Palmeiras e Guarani na tv preto e branco no quarto de meus pais e tenho em minha retina o esquentado Leão fazendo aquela maldita falta no Careca, aqui começava minha trajetória de torcedor consciente, consciente do que era torcer por um time em que situação ele estivesse, perdendo ou ganhando.
Cresci em uma fase em que nossos craques foram de Jorge Mendonça, passando por Aragonês, vejam que tempos difíceis e Jorginho, o dos escanteios. Tempos que nossos adversários conquistavam seus títulos estaduais e saiam na edição especial de final de ano da Placar, onde nos anos 80 nós nunca figuramos.Infância onde meus melhores presentes de Natal eram bolas e camisas de futebol para as peladas de rua ou radinhos de pilha para escutar o meu Palestra jogar.
Enfrentei duros tempos, onde muitos outros Palestrinos também sofreram.
Num destes testes de palestrinidade, depois do vexame dos 5x1 pros gambás cheguei em casa com a camisa do Palmeiras escondida e fui repreendido por minha avó paterna, diga-se de passagem italiana até o último fio de cabelo,e recebi o seguinte conselho: "Na vida temos de saber perder e encarar as derrotas com dignidade e hombridade, mas principalmente erguer a cabeça porque as vitórias também virão".
Passados alguns longos anos, a vitória chegou, mesmo depois do susto,junho de 1993 primeira partida das finais do campeonato paulista termina e os gambás venceram por 1x0, gol do porquinho, lembram?
Meu pai como sempre tinha um jeito de olhar as coisas de forma positiva ou de me dar esperança sobre um novo dia, calmamente me disse após o primeiro jogo:
"_Este campeonato é nosso e ninguém tira, está escrito".
Meu querido e amado pai tinha razão, 12 de junho de 1993 quatro dias antes do meu aniversário, aconteceu uma das melhores conquistas de toda minha vida futebolística.
Após esta data todos sabemos a enfileirada de troféus que arrematamos, inclusive a Libertadores conquistada em 16 de junho de 1999, presente melhor?
Sim, desfrutei anos com times de estrelas como Marcos (este ainda nos presenteia com sua raça), Cafu, Rivaldo, Alex, Evair, Euller, Djalminha, Roberto Carlos, Edmundo, Amaral, Muller, César Sampaio, Zinho,entre muitos outros.
Mas o mundo gira e a Lusitana roda e 2002 chegou, ano difícil aquele, perdi meu amado pai no dia 13 de junho e em novembro nosso time, meu e de meu pai, foi parar na segunda divisão.Ô aninho, amargo, duro aquele na minha vida, e mais uma vez, por lição de meu pai, vejo sempre o melhor lado possível em qualquer situação,o que ganhei? Com a perda de um e a queda do outro?Meu amor pelos dois só aumentou e nunca mais parou de aumentar.
Enfim, minhas memórias estão recheadas de heróis e coadjuvantes, de jogadores que nem eram tão craques assim ou passavam longe de serem craques, de jogadores que brigavam para dar alegria aos seus torcedores mesmo dentro de suas limitações e honravam a camisa de nosso Palestra, jogadores como Mirandinha, Diogo, Rocha, Pedrinho (lateral), Pires, Rosemiro (patinho feio), Gilmar ( goleiro),Wagner Bacharel, Baroninho, Junior (hoje Dorival), Toninho (o Cecílio), Tonhão, Edu Marangon, e vários outros.

Memórias também preenchidas pelos jogos aos domingos pela manhã contra XV de Piracicaba, Marília, Norusca,tempos de Estevam Sangirardi,gols de José de Assis Aragão contra o Santos, da camisa zebrada do Leão,das narrações de Osmar Santos, das enormes bandeiras nos estádios e do amor a camisa.
Diferentemente dos dias de hoje onde jogadores ostentam camisas 99,88,14,22 e futebol zero, sou do tempo onde se escalava o time do goleiro ao ponta esquerda ou melhor do 01 ao 11 e quando aparecia um número diferente sabíamos que estávamos desfalcados..e como diria Lilico e seu bumbo: "Tempo bom que não volta mais, saudade... "
Onde estas reminiscências me levaram?
A ter certeza que Palmeirenses não são criados, nem ao menos surgem ao acaso, mas Palmeirenses são FORJADOS por derrotas, tropeços,perdas, vitórias, conquistas e principalmente por uma alma que enverga mas não quebra jamais.
Desde 1914 com muitas glórias, alguns períodos difíceis, mas até hoje o MAIOR DE TODOS E ÚNICO CAMPEÃO DO SÉCULO XX.
Homenagem ao meu pai que me fez um Palmeirense apaixonado!
LCA

Um comentário: